Dionisio Neto em foto de Nelson Aguilar com figurino de Nicole Nativa e Renato Cardoso
Cheguei ao s cinquenta e um anos rodeado de amigos queridos na minha casa, em um petit comité que desde o início da pandemia não acontecia aqui. De dois mil e vinte para cá o tempo se transformou em uma pasta. Não consigo diferenciar os anos. Para mim é tudo a pandemia.
Vi o quanto sou resiliente. E forte. Como minha profissão praticamente foi extinta durante este período, eu busquei novas atividades. Comecei a estudar francês, alemão e italiano. Estudo religiosamente todos os dias. Tenho certeza que no segundo semestre, falarei em italiano com os amigos do magnífico Festival de Cinema Italiano que nos encanta todos os anos aqui em São Paulo. Já me arrisco até mesmo no alemão básico e com franceses eu me solto.
Tive uma experiência maravilhosa durante sete meses fazendo um estágio como corretor de imóveis em uma imobiliária perto da minha casa. Aprendi muito sobre a riqueza. Não tinha noção do valor dos imóveis. Conheci mansões magníficas. E aprendi que no fundo, todo milionário é amargo. Ele não se acha rico o suficiente. Inclusive encontrei a casa dos meus sonhos, que por acaso fica bem perto de onde moro.
Também terminei meu primeiro romance: PERLA STUART, a ex-mulher. E comecei a escrever o segundo volume da trilogia - PERLA STUART, o ex-marido. Agora estou procurando uma boa editora que o publique e o divulgue bem. Tenho certeza que vai vender. Criei uma personagem infinita. Dionisíaca, libertária, livre.
Este ano começa com cinema e teatro na minha vida e provavelmente streaming também. Estou no auge de minhas capacidades totais. Agora sou faixa ponta preta de Tekwondo. Em um ano e meio serei faixa preta. Um sonho de criança. Não com o taekwondo, que eu só conheci em dois mil e dezessete, mas nas artes marciais.
Estou muito animado e cheio de vida. Quero trabalhar bastante, voltar a viajar pelo Brasil e pelo mundo fazendo minhas peças teatrais que tanto amo.
Comecei a ler os Diários de Franz Kafka. Estou fascinado.
Também voltei a escrever um diário com as mãos. Não escrevia à mão há muito tempo. É uma delícia. Um outro tempo das palavras.
Estou gostando muito de ter cinquenta e um anos. Me sinto pela primeira vez um homem, apesar de que as pessoas mais novas que eu sempre me chamam de rapaz. Poderiam ser meus filhos, mas sei lá, meu colágeno indígena é sensacional mesmo.
Estou muito confiante com este novo período de amor que voltamos a viver com Lula na presidência da República.
Tenho muitos projetos a fazer.
Isso me deixa mais vivo do que nunca.
Prometa-me viver! Prometa-me viver!
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